segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Perpasso

Perpasso o meu passo em pensamento
Compasso onipresente presente em meu dia
O natural em tentativas de me condicionar

Condição de uma história dilacerada em dor
Dias figuram linguagens de momento
Mantenho um diálogo monossilábico pessoal
Sou o meu melhor interlocutor em horas vazias
Em dias carentes de afeto, coloque-me em reflexão profunda.

Se a hora espalha dúvidas profusas
Mantenho-me na minha escrita prolixa
Essas linhas que já não me pertencem
Palavras copiosas que saem, quase involuntariamente de alguma parte de mim

E se a parte for partitura partida
Faço músicas com instrumentos invisíveis
A composição inexiste no instante do pranto
Lamento o tempo e um texto planto no ar

Suspiro e espero que o fluxo e o refluxo me inspirem
Vicissitudes que se alteram de forma imprevista
Em meio à espera e ao cansaço, meu fôlego anela
Meu ânimo não será aluído por mínimas razões
Circunstâncias não me farão perpetrar novas bobagens
Poderei esperar a hora certa
Que minha fortaleza aumente
Incito resistência de um âmago fantasista
Se a fase é árdua eu sou persistente

Arrisco e risco aventuras na tela da vida
Não há palavras escravizadas pelo nexo
Não há ordem, nem fluxo, nem lei
Não há mais razões do tipo racionais
Tampouco motivos inteligentes serão encontrados
Quero seguir o curso do que sinto
Somente isso
Percalços já não é tudo o que proponho
Imprimo nesse espaço um rascunho qualquer


Já não viso à alegria sem fim
Que meu contentamento se encontre na tristeza do agora
Melancolia infinda

Que por companhia implora
Suavemente me olha
E fitando-me agora
Diz que não vai mais embora

E permanece em mim...

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