Ia iniciar seu ritual. Prazeroso dever, o de tocar para si mesma. Olhou seu banquinho, era o mesmo de antes, mas estava diferente. Estava diferente, deveras. Apresentava outra cor? Sim, apresentava. Talvez só estivesse desbotado. Sobre seu instrumento estava o livro de partituras. Abriu na página 130. Sentiu em si a voluptuosidade daquele livro, daquelas notas, daquele momento, daquela canção.
Era ela que estava refletida alí, naquele mesmo piano lustrado. Usou a chave. Começaria a tocar.
E saiu o som.
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